A menina como é aplicadinha lá foi ao senhor dentista para fazer uma limpeza aos dentinhos. Não é que o senhor doutor resolver informar a menina pequenina que tinha a sua primeira cárie dentária!!!
Os meus dentinhos sempre foram o meu orgulho. Não me doem, não nasceram tortos, posso-me gabar que não tenho problemas dentários. E, a verdade é que me gabava de não ter nem uma única cárie! E, agora a maldita apoderou-se do meu segundo pré-molar inferior esquerdo e não saiu mais!
Lá fui eu marcar mais uma consulta…
O sô dôtor até é simpático… tanto que, tentou fazer negócio oferecendo-me os dentes dos seus pacientes para eu estudar. Ao que me recusei por motivos lógicos – detesto estudar dentes soltos! Lá veio a parte da anestesia – coisa mais nojenta e traumatizante não há! Sim, foi a primeira vez que esta menina linda e maravilhosa se deparou com aquela agulha feia direita à minha gengiva magnífica!
Quando a anestesia começou a fazer efeito o senhor doutor ainda perguntou à menina se queria fazer um piercing mas como não é a parte do corpo em que tenho intenções de fazer um, não aceitei a proposta – para além de não confiar nas capacidades do meu dentista na execução do piercing…
Bem, depois do sofrimento de ter tanta tralha dentro da boca veio a parte degradante dos efeitos da anestesia. Tenho a dizer que bocejar com a boca dormente não tem piada e babo-me toda – o que não fica bem.
Assim que me vi livre do sô dôtor – eu até gosto do senhor… só fugi discretamente para que ele não se lembrasse que a menina poderia ter mais uma centenas de cáries.
Adivinhem o que é que a menina tinha que se lembrar ao sair do dentista? Da sua mamã. Quando era uma menina ainda mais pequenina e fofa a mamã no final da ida ao dentista oferecia sempre um gelado porque a menina se portava bem. Lá fui eu toda feliz e contente comer um gelado. Esqueci-me de um pormenor… tinha a boca dormente… logo, foi uma desgraça… babei-me toda, não sabia comer! A menina não aprende nada com o passar dos anos…
Tão cedo não quero ouvir falar de cáries! A maldita já se apoderou do meu dentinho inofensivo. Ai dela se se atreve a apoderar-se de mais algum! Rogo-lhe uma praga! (Não sei bem o quê mas hei-de me lembrar de algo muito mau).