4.1.07

Vinte anos passaram...

O hospital continuara igual, hostil. Olhando o chão recordou aquele dia…
Não sabe nem se lembra, se era de manhã ou de tarde, Inverno ou Verão, que horas batiam na torre ou que dia marcava no calendário – isso também pouco importa. Só se lembra que naquele dia não percebeu onde estava e o porquê. Recorda-se de um corredor que parecia não ter fim, aquela pequena estrada de mosaico vermelho encadeado… aquele espaço reservado às cadeiras de rodas em chão anti-derrapante preto… era enorme!!! Naquele tempo não percebeu, não teria capacidade para perceber o que faria em tal lugar e que lugar era àquele, mas hoje percebeu.
Uma recordação, uma imagem, o que queiram chamar…
Aquele corredor que a acolheu quando nasceu, aquele mesmo corredor que a amparou quando derramou lágrimas ao ir de encontro aos braços da sua mãe, e agora… continua a ser aquele corredor que ela pisa com firmeza e a certeza do que quer. Aquele chão em que todos pisão, aquele chão que a levou onde queria.
Afinal não era nada de importante… era simplesmente o corredor de um hospital que á vinte anos continua igual. Ela é que cresceu.

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