26.6.06

Noite…

Numa noite escura espero por ti. Entre as nuvens que trazem as chuvas de um Verão tropical, vejo o breu cerrado, não existem estrelas. Vejo luzes cintilantes, ao longe aquela cidade dos sonhos, da paixão imortal, dos estudantes e dos historiadores, parece plasticina, fácil de moldar. Perto as luzes intermitentes de ambulâncias que passam, o som das suas sirenes ecoa no vazio que a noite trás. Aquele silêncio eterno que acalma corações, estremece outros e apazigua o meu… uma noite bela de nostalgia, mais uma no meio de tantas passadas ao redor de uma lareira acesa durante o Inverno rigoroso. A única coisa que se ouve é o crepitar da lenha, sente-se no ar o cheiro de alguém… mas quem? A morte… talvez a vida… o desfiladeiro avizinha-se na grande cidade, existem vozes, risos penosos, tristes, contentes dilúvios de prazer… é um simples funeral que se avista lá á frente, o carro fúnebre no topo da procissão de pessoas penosas. Assim é a vida e a morte, a minha vida, a tua morte, a minha morte e a nossa vida. Se o que sonhasse fosse real talvez em teu olhar existisse o perdão e o amor, mas o teu olhar é negro como o meu.

1 comentário:

betty_boop disse...

muito profundo... mas giro...